Guilherme Torres exclusivo à ESPN: "Deu certo e estou feliz no Deportivo"
Titular do Deportivo La Coruña logo em sua primeira temporada no futebol espanhol, Guilherme realizou um sonho de infância, ao enfrentar alguns dos maiores clubes do mundo. Um dos momentos mais marcantes para o volante foino jogo contra o poderoso Real Madrid, no estádio Riazor, em La Coruña, pela 34ª rodada de LaLiga.
Apesar da derrota por 6 a 2, o brasileiro conseguiu dar um lindo chapéu no atacante Álvaro Morata.
"Só na hora que dominei a bola é que vi o Morata vindo pelas minhas costas. Ele achou que eu não o tinha visto e a única maneira de sair daquela situação era dar o lençol ou dar um chutão para frente. E saiu. Não foi na cagada, foi no objetivo e foi bonito (risos). Guardei esse vídeo para mostrar para o meu filho", disse o jogador de 26 anos, ao ESPN.com.br.
O ex-jogador do Corinthians fez 34 partidas e marcou dois gol pela equipe que terminou na 16ª posição no Espanhol, uma acima da zona de rebaixamento.
"Eu acho que foi um ano muito bom. Pela Federação [Espanhola] fui considerado o melhor jogador do Deportivo na temporada. Por mais que a equipe não tenha feito um bom campeonato, eu consegui fazer o meu melhor. Mostrei o que poderia ser e o clube confiou em mim. Agora é dar sequência ao trabalho", disse.
Uma das maiores alegrias do brasileiro foi atuar em estádios que são considerados templos do futebol.
"Jogos que via na televisão e tinha vontade de jogar. Ir para o Santiago Bernabéu, Vicente Calderón e Camp Nou é uma coisa diferente, de outro mundo. Fiquei olhando como se fosse fã. Realizei mais esse sonho. Claro que jogar contra os jogadores top do mundo é um sonho de menino".
"Os dois jogos que fiz contra o Real Madrid o Cristiano Ronaldo foi poupado, mas eu joguei contra o Messi e foi difícil pra caramba (risos). Das pessoas que jogam no meio para frente tem caras como o Isco, James que são muito difíceis. Quase todo time por lá tem um craque", admitiu.
Guilherme sonha em entrar para legião de ídolos brasileiros do La Coruña que teve jogadores como Bebeto, Mauro Silva, Djalminha e Donato.
"A torcida gosta muito de brasileiros e ainda mais por ter ido bem na temporada. Depois que o desportivo colocou nas redes sociais vi aquela torcida gosta de mim. Está tudo bem".
"Eles sempre colocam bom público e contra os grandes sempre lotam. Nas ruas, os torcedores são mais discretos, não são tanto de pedirem fotos e autógrafos. Eles ficam mais envergonhados (risos). Já as crianças pedem mais", relatou.
FELIZ NA ESPANHA
Guilherme foi revelado pela Portuguesa e passou pelo Corinthians por dois anos e meio, sendo campeão do Mundial de Clubes de 2012, Campeonato Paulista 2013 e da Recopa Sul-Americana de 2013.
No meio de 2014, ele foi para a Udinese e logo se firmou entre os titulares, disputando 37 jogos pelo time italiano na primeira temporada.
"Não foi fácil sair do futebol brasileiro para o italiano. O que me ajudou na adaptação é que tinham oito brasileiros no elenco. Me ajudou parte de aprender a língua, os treinos e a cultura na Itália. O mais complicado para mim foi na hora do jogo mesmo. É truncado e um pouco feio o futebol italiano. Tem menos espaço e você pensa menos do que no Brasil", analisou.
Na segunda temporada, porém, o brasileiro não conseguiu ter a mesma sequência e jogou apenas sete vezes.
"Eu sofri uma lesão e fiquei sete meses parado. Sentia muitas dores mesmo depois da lesão. Isso me atrapalhou muito e perdi o ano. E queria crescer e melhorar ainda mais em relação ao primeiro ano e buscar coisas maiores. Infelizmente não deu", lamentou.
Após se recuperar, Guilherme resolveu mudar de ares para retomar o bom momento.
"Depois dessa contusão, eu fiquei meio triste com o clube e do que aconteceu. Falei com a minha família e com as pessoas que e ajudavam que gostaria de sair da Udinese. Não me sentia feliz mais e queria procurar outro ligar. Se não fosse na Europa eu ia voltar para o Brasil para voltara ser feliz. Não era questão de dinheiro", garantiu.
O volante chegou a princípio emprestado por uma temporada, mas no meio deste ano, o La Coruña exerceu a opção de compra e fez um vínculo de mais quatro anos com o brasileiro.
"O Deportivo me abriu as portas e não pensei duas vezes. Ainda mais por ser a Liga Espanhola que me identifico mais pelo meu estilo de futebol. Deu certo e estou feliz", finalizou.